Os balanços de 2015 de alguns dos principais clubes de futebol do Brasil são tema de uma série de posts neste blog com análises de Amir Somoggi, Consultor de Marketing e Gestão Esportiva. Neste resumo, os quatro maiores do Rio de Janeiro.
Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco somados atingiram receitas de R$ 847 milhões em 2015, crescimento de 11% na comparação com 2014. Em 2015, os custos com futebol dos quatro atingiram R$ 456 milhões, crescimento de apenas 1% em relação a 2014, quando foram de R$ 450 milhões. Ms só Flamengo e Botafogo, que estava na segunda divisão, reduziram tal despesa.
Há uma queda de 16% em ralação aos dados de 2013, a temporada com os maiores custos da história. Em 2015, os custos com futebol do quarteto representaram em média 54% das receitas, frente aos 59% de 2014. Resultado expressivo ante as dívidas e o modus operandi dos cartolas brasileiros, que gastam até mais de 100% do arrecadado com elencos.
Os clubes cariocas foram muito impactados pelos descontos concedidos em suas dívidas fiscais pelo Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), receberam abatimentos, que se converteram em receitas financeiras, melhorando sensivelmente os números. Os quatro fecharam 2015 com superávits de R$ 391 milhões, frente as perdas de R$ 131 milhões de 2014. Uma melhora significativa de 398%.
Desconsiderando o impacto dos R$ 405 milhões em receitas financeiras, graças ao Profut, somaram déficits de R$ 14 milhões, ainda assim uma sensível melhora na comparação com 2014. Nos últimos 5 anos os déficits acumulados foram de R$ 170 milhões e as dívidas somadas dos rivais em 2015 atingiram R$ 2,24 bilhões, redução de 13% na comparação com 2014.
Flamengo Botafogo e Fluminense receberam descontos do Profut nos dados de 2015 e 2014. O Vasco somente ano passado. Vale destacar os altos superávits rubro-negros, o que ajudou nos números gerais. Sem os descontos do Profut, os resultados líquidos apontam grande reação em 2015
Ainda que estejam entre os maiores devedores do futebol brasileiro, sem dúvida foi positivo ver as dívidas dos clubes cariocas serem diminuídas, queda associada à redução das dívidas fiscais. Contudo, todos permanecem utilizando empréstimos para operar, gerando pesadas despesas financeiras.
Os cariocas melhoraram a relação endividamento sobre as receitas, que na média em 2014 era de 3,39, a pior da série histórica, e caiu a 2,65. Índice de fundamental importância, pois mostra se o aumento do endividamento está sendo acompanhado por incremento de receitas. é preciso manter a austeridade nos custos e firmeza no pagamento de impostos.
Caso isso ocorra, poderemos acreditar numa solução para o pesado débito fiscal dos clubes do Rio de Janeiro com o Governo. As dívidas fiscais somadas dos quatro em 2015 atingiram R$ 867 milhões, queda de 13% na comparação com 2014. O volume recebido em descontos nas dívidas fiscais representa 59% do total recebido pelos maiores clubes brasileiros.
Mesmo com os descontos, o Botafogo foi o único que viu seus débitos aumentarem e se tornou o mais envividado em 2014, posição que mantém. Já o Flamengo é o único carioca que conseguiu elevar receita anualmente desde 2011, além de reduzir sua dívida pelo terceiro ano seguido. É um raro caso de clube que gasta menos da metade do que arrecada (41%) com o futebol.
O Vasco aparentemente lançou no balanço de 2015 receitas referentes a quota de TV que na verdade são de 2016. Curioso o crescimento de botafoguenses e vascaínos no faturamento referente a quadro social e esportes amadores, ambos acima de 100%. Já o Fluminense viu sua situação brutalmente aliviada com a venda de jogadores, que cresceu em incríveis 546%.
Fonte: Mauro Cezar
0 comentários:
Postar um comentário