Fala mansa, timidez, liderança silenciosa, jogo limpo e velocidade. As características que se aplicam perfeitamente ao perfil de Juan, capitão do Flamengo, também fazem parte do repertório de Léo Duarte, seu novo companheiro de zaga. Nesta quarta-feira, às 21h45, contra o Fortaleza, o zagueiro de 19 anos faz seu segundo jogo no time titular de forma consecutiva. E a primeira impressão, no sábado passado, na vitória por 1 a 0 sobre Sport, foi positiva. Na fogueira em que foi metido pela repentina saída de Wallace, apresentou-se bem e deixou o Raulino de Oliveira sem cometer uma só falta. Nenhuma novidade para ele, que, com a braçadeira na conquista da Copinha, em janeiro, foi fazer sua primeira infração somente na semifinal do torneio, contra o América-MG.
Natural de Mococa-SP, Léo Duarte iniciou sua carreira no Desportivo Brasil-SP, em 2010, com apenas 13 anos. Lá, conquistou dois campeonatos paulistas e outros torneios no exterior. Mas o mais marcante refere-se à lealdade. Garante jamais ter sido expulso nas categorias de base, condição que sustentou nos juniores do Flamengo e que perdura até os dias de hoje. Chegou à Gávea há dois anos e, em 2016, defendeu nove vezes o time sub-20, todas em jogos válidos pela Copinha, e levou apenas um amarelo, consequência da falta feita na semifinal contra o América-MG. Um ano antes, atuou por 49 vezes, marcou quatro gols e recebeu mesmo número de cartões.
Sua estreia como profissional deu-se em 5 de março de 2016, quando o time-misto do Flamengo venceu por 3 a 1 o Bangu, pela primeira fase do Carioca. O primeiro teste à vera, porém, aconteceu no último sábado. Terminada a partida contra o Sport, foi aprovado por Muricy.
- É um garoto em quem temos muita esperança, mas tem que ter cuidado, entrar pouco a pouco. Ontem (sexta-feira, dia da saída de Wallace) mesmo mandei chamá-lo no quarto, expliquei que ele ia jogar, que a vida é assim, oferece oportunidade e tem que aproveitar. Ele tem foco, mostra isso nos treinos. Teve boa atuação, foi seguro, jogador muito técnico. Ficamos felizes pior ele - disse o treinador.
Os elogios do comandante só não mereceram mais destaque do que a força dada por Juan a Léo. Quando puxava a corrente antes de entrar em campo, o novo capitão rubro-negro interrompeu as orientações gerais, virou-se para o companheiro de zaga e disse: "Léo, tá todo mundo com você, valeu?".
- Valeu sim, e Léo Duarte, após o jogo, tratou de encher a bola do defensor de 37 anos.
- Acho que para a segunda partida como profissional foi muito bom, estava bem tranquilo, meus companheiros me ajudaram bastante e, graças a Deus, deu tudo certo. Quando soube que ia jogar, o Juan me passou muita coisa. É um cara sensacional e me ajudou bastante dentro de campo. Fora dele também me ajuda bastante. A sensação é única de, em uma estreia de Brasileiro, sair com três pontos e jogar ao lado do Juan. É algo inexplicável.
Capitão do Flamengo e eleito melhor zagueiro da última Copa São Paulo de Futebol Júnior, Léo tem na demora da diretoria para contratar zagueiros de peso um aliado para se firmar. O apoio de Juan, que se profissionalizou pelo Rubro-Negro aos 17 anos, e de Muricy ele tem. Se manter a tranquilidade utilizada no discurso e demonstrada sobretudo na Copinha, as chances crescem.
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