20/05/2016

Bandeira segura Caetano, mas Fla já avalia nome para troca de comando


Em reunião de quase duas horas no Ninho do Urubu, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, conversou com o diretor de futebol Rodrigo Caetano e lhe deu respaldo para seguir no clube. A confiança do presidente no dirigente, porém, não impediu que a cúpula da diretoria avaliasse um substituto. Inclusive, um primeiro contato, por telefone, foi feito com Thiago Scuro, diretor do Cruzeiro. Um membro da diretoria queria informações sobre o profissional.

Na Gávea, dirigentes temem decidir no calor da derrota e em cima da pressão de conselheiros, sócios e torcedores, mas todos convergem no sentido de que alguma mudança precisa ser feita. "Do jeito que está não pode ficar" é a frase mais batida nos corredores do poder no clube. Bandeira procura um rumo na véspera de viajar para chefiar a seleção brasileira na Copa América e enfrenta correntes que pedem a cabeça de Caetano, de Flavio Godinho, vice-presidente de futebol, e também de Muricy Ramalho que, em virtude de problemas de saúde, segue sem dirigir o time domingo contra o Grêmio em Porto Alegre pela segunda rodada do Brasileiro e não tem retorno previsto. 

Há consenso de que a troca de comando no futebol não deve bastar para a reação do time. A saída de Muricy Ramalho, que ainda não tem previsão de retorno após viajar a São Paulo para fazer exames, é tratada abertamente, apesar do momento delicado, com o treinador realizando exames para averiguar a saúde. Em paralelo, o custo da rescisão contratual é um entrave. Em caso de demissão do treinador, o clube arcaria com todos os vencimentos ao qual o técnico teria direito como se ainda estivesse empregado (com treinadores anteriores a diretoria costumava colocar como multa dois meses de salário). Com mensais na casa dos R$ 400 mil, isso representaria pagar quase R$ 8 milhões para tirar o treinador do Flamengo.


O encanto inicial dos atletas com Muricy foi se perdendo com o passar dos jogos - e a soma de derrotas. O treinador é descrito como frio pelos atletas, que questionam algumas decisões de Muricy. A meritocracia alegada ao colocar como titulares Alan Patrick e Marcelo Cirino, que se destacaram contra o Botafogo e o Vasco, não valeu para Emerson Sheik, que não consegue ajudar no ataque e segue na equipe. A diretoria também não vê reação forte do treinador, com o modo enérgico pelo qual Muricy também ficou conhecido no futebol.

Bandeira pouco teve contato com os jogadores no centro de treinamento. Coube ao diretor de futebol procurar os atletas e conversar, sem cobrança mais forte. Caetano tentou depois falar com algumas lideranças do elenco, mas escutou pouco. Os jogadores ficaram ressabiados e preferiram ser discretos neste momento. O diretor do Flamengo, que tem três anos de contrato com o clube, mostrou reação rara, pedindo desculpas aos torcedores, admitindo que não vem conseguindo encontrar respostas para os insucessos do ano. 

A reunião no Ninho não foi a única ocorrida na quinta-feira. À noite, Bandeira voltou a se encontrar com demais dirigentesporém desta vez na casa de um deles, mas não definiram mudanças no departamento de futebol.


Fonte: GE

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