Eduardo Bandeira de Mello tenta estancar a maior crise política e esportiva de sua administração. Com críticas da sua principal base de apoio - SóFla - e de Márcio Braga, ex-presidente que esteve ao seu lado na campanha de dezembro, o mandatário, às vésperas de viajar para a Copa América com a seleção brasileira, mergulha em reuniões. Teve uma antes das que faz tradicionalmente às segundas-feiras com a diretoria para deixar um Flamengo menos arranhado e em processo de reconstrução em meio a uma temporada de resultados ruins.
- Estamos avaliando (as mudanças). Sem precipitação, sem efeito midiático, tudo para fazer as coisas melhorarem - resumiu o presidente do Flamengo, em rápido contato com o GloboEsporte.com, por telefone.
No pacotão anticrise do Fla, há espaço para tudo um pouco. A terça-feira rubro-negra é cercada de expectativa dentro do clube e mais esperada até que a quarta, dia do duelo com a Chapecoense, pela terceira rodada do Brasileiro. É possível que Muricy Ramalho, após passar por exames, sinalize seu futuro para a diretoria, com tendência para o afastamento.
Confira em tópicos os próximos capítulos da crise e das tentativas para sair da panela de pressão no Fla.
FATOR MURICY
Se Muricy de fato anunciar que está fora, o Flamengo tem em Abel Braga um dos nomes mais cotados. Demitido em dezembro pelo Al Jazira-EAU, Abel fez um acordo de não assumir nenhum clube enquanto recebe parceladamente sua rescisão contratual. A aposta em técnico estrangeiro em meio de temporada está praticamente descartada - o preferido da torcida, Jorge Sampaoli, por sinal, deve fechar com um clube europeu - e o Rubro-Negro vê com carinho até a possibilidade de pagar a diferença para antecipar a chegada do ex-zagueiro, técnico do clube na conquista do Campeonato Carioca de 2004.
REFORÇO?
Rafael Vaz está próximo. Nem o representaste do jogador nem o empresário, muito menos os dirigentes do Rubro-Negro confirmam, mas a negociação está praticamente selada. O clube pretende outro jogador, além de Vaz. O outro é estrangeiro. Os nomes de Alejandro Donatti, do Rosario Central, e de Davinson Sánchez, do Atletico Nacional-COL, são avaliados pela diretoria. Os dois fizeram sucesso na Libertadores, mas têm perfis diferentes. O primeiro, de 28 anos, faz o estilo xerifão, e o Fla já havia tentado, sem sucesso, sua contratação em janeiro. Davinson é joia colombiana. O Rubro-Negro enviou proposta recente de US$ 2 milhões por 50% dos direitos econômicos do jovem jogador. A concorrência da Europa dificulta o acerto.
DESTINO DE CAETANO E UM NOVO GERENTE
O gerente de futebol com raízes rubro-negras pode ser Alessandro, lateral-direito na conquista do tricampeonato estadual de 2001 e que hoje trabalha no departamento de futebol do Corinthians. Ainda ameaçado, Rodrigo Caetano ganhou defesa pública de atletas e tem o apoio de Bandeira. A diretoria acredita que, com apoio próximo dos atletas, Caetano possa ter mais tranquilidade para trabalhar.
GODINHO E O GERENTÃO
Apoiador de Bandeira na última eleição, Marcos Braz pode voltar. Braz é elogiado por falar a língua dos atletas e estava no futebol na conquista do hexacampeonato brasileiro, em 2009. O retorno do ex-secretário municipal de esportes ajudaria a diminuir a distância da diretoria aos jogadores. O vice-presidente de futebol, Flavio Godinho não tem a simpatia do grupo de jogadores. Os atletas não engoliram o fato de Godinho não ter dado a cara a tapa no dia em que torcedores invadiram o Ninho do Urubu, fato ocorrido após derrota para o Volta Redonda. O vice de futebol também passou longe das últimas partidas, como na derrota para o Fortaleza, em Volta Redonda, e o jogo com o Grêmio, em Porto Alegre. Além de Bandeira, apenas o vice-presidente de administração, Rafael Strauch, representava a diretoria eleita.
Fonte: GE
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