11/04/2016

Muricy equilibrou o Flamengo e o time voltou a jogar bem.



Muricy, enfim, conseguiu fazer o Flamengo jogar bem. E o mérito passa diretamente pela mudança no esquema tático, que equilibrou o time e deu uma força ofensiva que não conseguia ter nas partidas anteriores. Sem a posse de bola inútil, que no Brasil é confundida com "jogar bem", o volume de jogo aconteceu. Destaque para a volta do Mancuello, que deu não só opção para as bolas paradas, fazendo uma espécie de "box to box", tão visto na Inglaterra.
O Flamengo entrou em campo previamente na formatação de 4-4-2, com dois meias atacantes. Cuellar e William Arão um pouco mais recuados e à frente deles, Alan Patrick pela direita e Mancuello pela esquerda. No ataque, Guerrero com Cirino. Esse modelo de jogo ajudou o equilíbrio tático do time, coisa que não acontecia até então na temporada. O time conseguiu achar uma recomposição defensiva onde sempre tinha superioridade numérica e ofensivamente realizou triangulações, algo que faltava.

A mudança fez com que os laterais ganhassem força ofensiva. Ao contrário de quando jogava no 4-3-3 e deixava o Jorge sobrecarregado na defesa sem poder apoiar o ataque, agora Muricy achou uma cobertura do jovem lateral com Cuellar e Mancuello ajudando em suas subidas. Assim, tanto ele quanto Rodinei, com Alan Patrick pela direita, conseguiam aproximações e armações de jogadas. Essa alternativa de criação possibilitou a saída dos primeiros dois gols do Flamengo: Um de falta na jogada e o outro com a bola enfiada.
Com Guerrero e Cirino enfiados, mas também saindo da área em algumas oportunidades, Muricy Ramalho também corrigiu um grave problema que vinha acontecendo, que era a previsibilidade de jogadas. Os dois atacantes trocavam de posições algumas vezes e ainda recebiam o apoio dos laterais, deixando a defesa do Boavista confusa. Na zaga Rubro-Negra, Wallace e Juan ficaram bem protegidos, principalmente, porque Cuellar e Willian Arão conseguiam ajudar na marcação. Mancuello ainda voltava para recomposição defensiva, fazendo o papel que fazia bem no Independiente, subindo e descendo.

Sem a posse de bola inútil, virando de lado para outro sem nenhuma criação, o Flamengo a conseguiu transformar em volume de jogo. Assim, naturalmente a equipe criou possibilidades. Apesar do Boavista ser uma equipe ainda bem abaixo do nível técnico do Campeonato Brasileiro, a partida serviu para sepultar de vez o "estilo Barcelona" que nunca seria alcançado.


Fonte: Goal

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